quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paraíba do Sul nas linhas literárias de Machado de Assis


Por incrível que pareça  Paraíba do Sul aparece em um dos livros do saudoso Machado de Assis. Em seu conto  Memorial de Aires o escritor usa como plano de fundo a cidade no final do século XIX começando a partir daí a história de dois amores que são obrigados a ficarem distantes.


No site http://www.ucm.es/info/especulo/numero45/tragico.html está presente uma reflexão e comentário sobre o livro:




"Memorial de Aires e Romeu e Julieta
Logo no início de Memorial de Aires, romance que tem a forma de um diário que seria composto pelo Conselheiro que dá nome ao livro, tomamos conhecimento da história de Fidélia, jovem viúva que vive com o tio, o desembargador Campos, na cidade do Rio de Janeiro. O ano é 1888, uma vez que, embora o romance seja escrito em 1908, a história é contextualizada vinte anos antes. Fidélia é a viúva de Eduardo Noronha e ambos filhos de famílias inimigas e rivais da Paraíba do Sul, cidade localizada no interior do estado do Rio de Janeiro. Por meio da narração de uma das personagens ao narrador Aires e da transcrição que este faz para seu diário (o livro que lemos), ficamos sabemos que Fidélia havia conhecido Eduardo alguns anos antes no teatro no Rio de Janeiro. Quando os dois souberam quem eram, “já o mal estava feito” (Machado de Assis, 2003, p. 270).
Sabendo da paixão da filha pelo filho do inimigo, Santa-Pia, pai de Fidélia, leva a jovem de volta para a fazenda na Paraíba do Sul, onde moravam, e a proíbe de qualquer relacionamento com o rapaz. A jovem, por sua vez, teima em prosseguir com o romance, e, encontrando resistência intermitente por parte da família, fecha-se em seu quarto, recusa comida e acaba doente. Por fim, o pai cede aos apelos da filha e permite a união sob condição de nunca mais a ver, nem ir ao casamento. O mesmo se dá com o pai de Eduardo."